quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Caruso

Aqui onde o mar brilha e sopra forte o vento
Sobre um velho terraço em frente ao Golfo de Sorrento
Um homem abraça uma mulher depois de ter chorado
Depois limpa a voz e recomeça o canto
Eu amo te tanto sabes, mas tanto, tanto , sabes?
É uma corrente agora que faz o sangue queimar nas veias, sabes?
Viu luzes em alto-mar, lembrou de noites lá na América
Mas eram só lanternas a brilhar, no rastro branco de uma hélice
Sentiu doer a música, levantou-se do piano
Mas vendo a luz surgir atrás de uma nuvem
Até a morte lhe pareceu mais doce
Olhou fundo nos olhos da mulher, aqueles olhos verdes como o mar
De repente viu escapar uma lágrima e pensou estar à afogar-se

Eu amo-te tanto sabes, mas tanto, tanto, sabes?
É uma corrente agora que faz o sangue queimar nas veias
Que poder é esse da ópera, onde todo drama é falso
Com um pouco de maquiagem e representação
podemos nos transformar em outro
Mas quando dois olhos te olham assim tão perto e verdadeiros
Te fazem esquecer as palavras, confundem teus pensamentos
Assim, tudo se torna pequeno
Também as noites lá na América
Você viu e vê a sua vida
Como o rastro de uma hélice
Mas, sim, essa vida que se acaba
E ele nem pensou sobre isso
Ou, ao contrário, ele já se sentia feliz
E recomeçou seu canto

2 comentários:

Anónimo disse...

Nunca desistas de um sonho!!!se não houver numa pastelaria,vai a outra!!!
Um abraço.
Pedro Venceslau.

Anónimo disse...

lol...belo comentário...lol